Publicado por: astromundoacs | setembro 4, 2013

AGOSTO: AS MANIFESTAÇÕES DE RUA NO BRASIL

AS MANIFESTAÇÕES DE RUA NO BRASIL

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                                                Antônio Carlos Scavone

 Instado por um repórter, com a pergunta: “como vc definiria o BR em uma palavra”, um correspondente estrangeiro, aqui sediado disse: “Oba-oba”. E explicou: é fácil reunir 50 mil pessoas num Bloco de Carnaval de rua, do que reunir 5 mil para protestarem sobre os seus direitos, mesmo quando escandalosamente desrespeitados. Importante: não colocou esse termo apenas no sentido negativo. Mas também porque, mesmo as coisas mais sérias, acabam de forma festiva.

As manifestações de rua, iniciadas em Junho do corrente ano, demonstrariam que algo está mudando? Seriam de fato o despertar de uma nova consciência nacional? O acordar do gigante ou uma expressão positiva do Oba-oba?

A Onda Urano-Plutão que estará atuando até 2020, inspira o despertar da consciência social do planeta, como um todo. É a entrada na Era de Aquário. Assim, no mundo inteiro, em grandes e sólidas democracias, ou em regimes autoritários e ditatoriais, no Ocidente ou no Oriente, encontraremos uma expressão desse novo ciclo. Entre elas as manifestações de rua que se repetem e se intensificam.

O Trânsito planetário do Brasil mostra que o momento social está propício para uma expressão mais ampla da sociedade, e que há um forte nervosismo, na busca de soluções mais rápidas, e uma maior ousadia, na expressão do que sente. O poder da Internet e das mídias sociais, em nosso país, passa por um dos seus melhores momentos, crescerá célere nos próximos sete anos e se tornará o instrumento mais poderoso na continuidade do processo. Essas manifestações são um primeiro e importante passo: pessoas do povo (e podemos dizer o povo) despertou para o seu poder.

Mas, como é natural, se assustou. Não gostou do pacote inteiro. E temeu reconhecer o lado sombra, sempre presente na expressão humana, tanto individual como coletiva. Chamou de vândalos, aqueles que expressaram sua raiva e indignação, quebrando tudo e revelando uma parte de dentro de nós, que ignoramos, não queremos ver, nem aceitar. Imediatamente se criou uma divisão entre os que se expressam de forma “civilizada” e aqueles que agem como arruaceiros, bandidos, saqueadores, etc…

Ora, do outro lado, as Forças de Segurança também ficaram atônitas. A falta de convicção das autoridades maiores, o medo de serem tachadas de autoritárias, de borrarem suas imagens com a tarja de repressoras da vontade popular, fez com que se omitissem, ou se neutralizassem, criando uma verdadeira crise de autoridade. Rompeu-se limites. A espontaneidade, a pureza, o entusiasmo do Oba-oba foi manchado pelo sangue de gente ferida, seja lá pelo que for, dos dois lados: manifestantes e policiais. E muitos prejuízos materiais causados que atingiram dos mais humildes aos mais abastados comerciantes.

Entenda-se que essa Onda traz à tona muito do que estava reprimido ao longo do tempo. E na sua contradição, de um lado, quer que nos libertemos dessa bagagem; de outro, quer, destruir esse anseio de liberdade e inovação. O desafio é sermos capazes de abrir caminho para o futuro através da nossa liberdade criativa, seja como nação ou indivíduos. Mas o caminho do meio, o ponto de equilíbrio, não é fácil de ser alcançado.

E aí aparece, para o bem ou para o mal, o nosso lado Oba-oba. Conseguiram segurar o reajuste das passagens de ônibus, e que o Congresso votasse rápido, medidas que mofavam em suas gavetas, e que os poderes executivos recuassem em decisões longamente estudadas e definidas como prioritárias e necessárias. O movimento arrefeceu e os movimentos sindicais e os partidos políticos (banidos das manifestações) tomaram as ruas e aproveitando o clima, até nas propagandas políticas gratuitas na TV, ganhou elogios e adesões.

Mas eis que, bastou um cochilo, nossa egrégia Câmara dos Deputados, na maior sem cerimônia, nega-se a cassar o mandato de um dos seus membros, julgado, condenado e encarcerado, pouco se importando com a inconstitucionalidade de seu feito.

Então, é verdade que, como Ascendente Aquário seremos sempre um país diferente de todos os outros. É provável até que criemos um novo conceito de nação e, um dia, cheguemos a ser uma superpotência totalmente diversa de todas as que existiram nesse planeta. No entanto, nossa dificuldade de persistir, construir, preservar, planejar, executar, gerir, fiscalizar, cumprir metas ainda que de curto prazo, faz com que criemos obstáculos cada vez maiores a nossa maioridade como país.

Não é só no grito que chegaremos lá, é também com ele, saído do fundo de nossos corações ou de nossas mentes ou só de nossas gargantas. Enfim, seja a motivação que for, seja Oba-oba, ele é válido. Mas só com uma participação mais ativa, continuada, perseverante é que construiremos uma nação.

Nesse momento, não é hora de perguntarmos: “Que país é esse?” e sim de perguntar:  “Que país realmente queremos?”

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Respostas

  1. Será que o Brasil pode realmente se tornar uma superpotência totalmente diversa? Eu ouvi de alguns homens sábios que o Brasil iria se tornar um um país do futuro. A minha dúvida é se vai chegar ou é só expectativas criadas.


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