2016: O PAÍS BRASIL
Antônio Carlos Scavone
Nesse Ano Civil de 2016, a necessidade de arrumar a casa vinda do ano anterior passou para um segundo plano. Ficou um pesado impasse de uma crise política, tão profunda e extensa que paralisou a administração federal. Tocar em frente o cotidiano administrativo, algo simples, em tempos normais, é agora uma árdua tarefa.
Plutão está trazendo à tona velhas questões centenárias do nosso ainda jovem país que se estendem por regimes e governos, sem encontrar sequer um encaminhamento racional. Elas foram sendo empurradas, como se simplesmente não existissem, e seus efeitos hoje são acumulativos.
Ainda no nível político, tornou-se difícil encontrar um consenso qualquer, mesmo num pequeno partido e impossível, num grande partido. Aliás, temos uma enxurrada de partidos políticos, que torna mais complexo qualquer acordo.
A crise ética continua e novos fatos de corrupção surgem. A Justiça não só através da operação Lava Jato, mas também de seus diversos órgãos tem condenado políticos e pessoas poderosas e recambiado do Exterior, parte do dinheiro desviado.Tem seguido os passos do dinheiro ilícito, a partir dos contratos e licitações onde foi gerado. 2016 favorece a continuação da Lava Jato, apesar da oposição, e trará surpresas entre os novos condenados.
Mas não para de crescer a descoberta de atos de corrupção na administração pública estadual e municipal. Na estadual, envolvendo ex-secretários e ex-governadores. Na municipal, entre jovens prefeitos, desviando fortunas de municípios pobres e ostentando riqueza. Ou de municípios ricos envolvendo órgãos fazendários e fiscalizadores, além dos políticos eleitos. Ou de câmaras de vereadores aumentando os seus salários acima da inflação e da realidade local. Isso demonstra o quanto a corrupção se alastrou e do quanto estava oculta e atuante há muitos anos. Júpiter foca a questão do público e do privado e a interesseira mistura entre as duas esferas. O Brasil está passando a limpo essa questão ética e da Justiça.
O trânsito de Júpiter favorece o aumento da inflação, nesse ano. O poder público gasta mais do que arrecada e continuará gastando. As Eleições Municipais colocarão mais lenha nessa fogueira. O endividamento do setor público e também do cidadão que puder fazê-lo, crescerá. O desemprego, oficialmente, já alcança 1 milhão e meio de pessoas. E a crise econômica, no ano passado, começou a se alastrar pelos Estados, inclusive mais ricos, atingindo a folha de pagamento. O poder público aumentará os impostos em todos os níveis. E apesar da eleição, o choro dos governadores e prefeitos conseguirá o que parecia pouco provável: a volta da CPMF. Prepare o seu bolso!
A força do signo de Escorpião na área do poder do Mapa Astral do Brasil e do seu regente Plutão na área das finanças e das riquezas, fala da elevada carga tributária e do retorno inexistente ao cidadão pagante. E pelo fascínio que sentimos de flertar com o abismo. Nossas metrópoles nos surpreendem pela deterioração de todos os serviços públicos, entre eles os de Saúde e Educação. E nas periferias e no Interior do Brasil, pior ainda.
A cruz fixa do nosso Mapa Astral mostra a nossa potência e o quanto somos ricos! Mas também a nossa incapacidade de resposta rápida às crises, e de nos flexibilizarmos às mudanças. Algumas ideias retrógradas viram dogmas, tal o nosso Nacionalismo dos anos cinquenta, do século passado que travam nosso desenvolvimento. E nos isolam internacionalmente. Estamos nos tornando os campeões das oportunidades perdidas. Antes fosse apenas de uma década perdida.
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