Antonio Carlos Scavone – Astromundo

O SUPREMO DOM DE LIBRA

Antônio Carlos Scavone

Libra é o signo do amor. Do amor que envolve um verdadeiro ritual. Conhecido como amor cortês. No qual, dos gestos às palavras, dos perfumes às canções, tudo se desenvolve com um grau de exigên­cia e perfeição, tão ideal, que chega a ser ingênuo. Tudo faz parte de um grande rito, que é sua pró­pria vida. Sublinhando o significado de cada ato: do minúsculo, ao verdadeiramente grande.

Num mundo im­perfeito, Libra busca esse ideal, em tudo e todos. Acredita que a igualdade é possível na sua relação. E que o dar e o receber precisam ser harmônicos! Sofre muita desilusão, mas não desiste. Sempre procura o ambiente perfeito, a companhia perfeita, a car­reira perfeita. Tem uma crença em justiça e igualdade apaixonada. Ao não encon­trar essas qualidades no mundo, se sentirá infeliz. Libra colide, enfim, com a in­justiça no mundo. Seu universo é ordeiro. É equilibrado, nítido e geométrico. Funciona segundo um modelo de beleza. Nele, os deuses são sempre justos. O filósofo grego Platão era Libra ascendente. Seu mundo real era o mundo das ideias. O mundo da forma se constituía num sombrio, imperfeito, e danificado re­flexo daquele. Ele acreditava na justiça dos deuses.

Tal o filósofo grego Sócrates, o libriano procura a bondade, a verdade e a beleza, como conceitos puros. Quer encontrá-los no mundo, nos objetos e nas pessoas. Daí sente necessidade de mudar o mundo e torná-lo um lugar mais agradável, pela expressão desses conceitos.

O mito do profeta cego Terésias encarna também o equilí­brio entre o lado feminino e o masculi­no, ou a junção deles numa coisa só: a androgenia. Hera transformou-o em mulher e ele experimentou durante sete anos a vida feminina.

Há uma iniciativa quase masculina e muito forte na mulher libriana, vi­vendo um corpo feminino. E uma na­tureza muito sensível e estética, convi­vendo com o corpo masculino do li­briano.

A experiência que Terésias teve com os princípios opostos da na­tureza, o masculino e o feminino ou o yang e o yin, permitiu-lhe, mesmo depois da morte, manter intato seu inte­lecto e julgamento.

Libra é por excelência cool. É o único signo representado por um objeto: a balança. Os outros onze signos são representados ou por seres humanos, ou por animais.

Vênus, regente de Libra, se caracteriza pela urgência de relação. Relacionar duas coisas não en­volve necessariamente emoção. É a ar­te de comparar, diferenciar, de tornar equilibrados e simétricos padrões dife­rentes. Ainda quando incompatí­veis e mutuamente exclusivos. Daí Libra precisa de um companheiro para se sentir realmente confiante, quanto ao objetivo que quer atingir. Está sempre consciente dos pon­tos de vista do outro. Evita se mostrar agressiva, ao se encontrar com os outros. Essa preocupação faz com que pense na primeira pessoa do plu­ral. Incentiva o outro a expressar suas opiniões e desejos, mesmo se diferentes dos seus. Concorda, para não desagradar e não conflituar. Toma sua iniciativa com mais suavidade e polidez do que Áries.

Tal como o príncipe troiano Páris, perseguido pelo amor de tres deusas que queriam conquistá-lo, escolheu a mais bela; Libra, escolhe sempre a beleza, a virtude mais sedutora para ela.

O lado “ariano” desse sig­no, é visível no número de gene­rais e comandantes famosos, como Alexandre, o Grande. Ele fortalecia a coesão do seu exército, formado por povos tão diferentes do mundo antigo, incentivando casa­mentos entre as famílias deles. Unia-os harmoniosamente em torno de sua liderança. Via a vitória militar, como uma questão de estraté­gia, e não de força bruta

Libra, na sua essência, tem o dom de equilibrar opostos.