SAGITÁRIO OU A ETERNA AVENTURA DO ESPÍRITO
Antônio Carlos Scavone
Sagitário é o momento transformado em seta lançada no coração do amanhã. O centauro, símbolo do Sagitário, é uma figura mitológica – metade homem, metade cavalo – que está sempre jogando suas flechas em algum alvo distante, além do horizonte e galopando atrás delas.
Às vezes, encontra-se, outras vezes, se perde pelo caminho, fascinado pela paisagem e esquecendo o alvo que buscava. Esta é uma imagem que descreve muito bem o terceiro e mais volátil dos signos do elemento fogo. Este arqueiro direciona as setas da sua visão intuitiva, para algum alvo distante no futuro e, depois, gasta a maior tempo de sua vida buscando alcançar esses objetivos (muitas vezes, inacessíveis e idealizados). A grande questão é saber se mirou no alvo certo e se quer mesmo encontrar as suas flechas.
Esta imagem clássica – registrada no arquétipo humano e associada a Sagitário – está nos mostrando que aquilo que realmente interessa a este signo é o desafio do alvo e o fascínio da jornada. O objetivo torna-se, assim, relativamente insignificante. Existe uma atitude básica inerente ao Sagitário, que lhe diz que a viagem é uma grande aventura, uma viagem, um desafio e que o verdadeiro “esporte vital” é tornar esta viagem tão interessante, diversificada e informativa quanto possível. A chegada é, realmente, o menos importante! Por isso, o Sagitário vive, sempre, o mito do alpinista. Ele quer chegar ao alto de uma montanha e faz tudo para alcançá-la. Fascina-o aquilo que está longe de sua mão. Uma vez chegado a esse lugar, pode se sentir muito contente, com o ar puro e a bela paisagem, mas imediatamente se sente movido a subir ao cume de outra montanha mais alta ainda. Por certo, não se aquietará até conseguir. Uma vez conseguido, continuará na sua eterna busca. Esse anseio do distante gera no Sagitário uma profunda insatisfação, com o que ele está vivendo no aqui e no agora. É como se ele estivesse buscando o impossível, que a sua visão de longo alcance está sempre enxergando. A vida prática, cotidiana, pode, por isso, lhe aborrecer profundamente. Ela parece, não quer dizer que seja, um obstáculo às suas aspirações. Pois passa a sensação que dificulta o concretizar de suas reais intenções. Pois o Sagitário é muito movido pelos seus ideais e sempre pensa num plano muito abstrato, passando por cima das pequenas coisas cotidianas. Pensa grande, olha tanto para as estrelas, e de repente tropeça num pequeno obstáculo, que a maioria não tropeçaria. Ele rege a mente superior, conceitual e abstrata. De repente, se perde no mundo elevado do conceito e esquece a dura realidade.
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