MORTE E RENASCIMENTO
ANTONIO CARLOS SCAVONE
“Nascer e morrer não são princípios nem fins, são apenas etapas evolutivas na base do eterno ser. São como ondas que se erguem e recaem no seio do mar”. Lao-Tsé no “Tao te King”.
Acompanhando o caminho do crescimento humano (através dos doze signos) chegamos agora no 8°estágio: o signo de Escorpião. Nesse signo entramos na oitava área. Ela representa o reino da transmutação, a energia liberada na troca interpessoal, o confronto de valores. Escorpião pertence ao elemento água, e forma com Touro (seu oposto complementar) o eixo da matéria e de sua transformação. Sendo desse elemento, tem conexão direta com o lado emocional da vida. Mas é de águas profundas, o que explica sua sensibilidade. Capaz de nuances e matizes, inacessíveis a maioria dos humanos. Por isso, é afetado pelas correntes emocionais internas, tanto suas como as do outro, e dos que o cercam. E também as do meio ambiente em que se encontra.
Há nesse signo excessiva suscetibilidade aos sentimentos dos outros. E, também, a capacidade de compaixão, de respeito ao sofrimento e à dor alheia. Porém, pouca é a sua tolerância com as fraquezas e a autocomplacência. O signo de Escorpião e a oitava casa são regidos pelo planeta Plutão, descoberto em 21 de janeiro de 1930, período de grande depressão econômica e do advento da Psicanálise. Embora o planeta não fosse conhecido pelos povos antigos, seu principio transformador e regenerativo era utilizado pelos alquimistas desde os tempos mais remotos.
Na mitologia, Plutão (em grego,Hades) é o Senhor da Morte e do reino dos ínferos (os subterrâneos, tudo aquilo que está abaixo da superfície da Terra). Seu nome significa riqueza, porque é repleto de méritos ocultos. As águas do Rio Estige, que dividem o mundo externo do subterrâneo, são venenosas e densas, mas podem conferir a imortalidade. Em nível psicológico, Hades, o senhor da morte, simboliza a finalização de um ciclo de vida, e não a morte física, como se costuma pensar. Indica que algo terminou, e se essa experiência será dolorosa, ou não, depende da capacidade individual de aceitar e reconhecer a necessidade de mudança. Quando Plutão, passou pela primeira vez no seu próprio signo, após a sua descoberta, de julho de 1984 a novembro de 1995, nos confrontou, com a necessidade de começar a transformação, dentro de nós mesmos, antes de podermos mudar o mundo. Muitos nascidos neste período têm grandes habilidades psíquicas, e facilidade para pesquisas e curas paranormais que foram intensificadas. Sendo o regente do mundo subterrâneo, quando passou por seu signo, tendeu a resolver as estruturas a partir de seus interiores, daí os terremotos, a ativação dos vulcões e os abalos nas estruturas do poder. Afinal, ele traz à luz aquilo que está oculto para que seja revisto, refeito e transformado.
Isso não exclui a violência a que assistimos cotidianamente, na vida e no noticiário, oriundas do submundo, que é regido por Plutão, tal como as guerras do narcotráfico, os sequestros, os roubos, assaltos e latrocínios, cada vez mais violentos. Este planeta rege o lado mais cruel e arcaico da humanidade. E o descaramento dos corruptos da elite social, sejam empresários, políticos, autoridades, travestidos de homens de bem, cada vez mais à vontade na Mídia, enganando e mentindo, em qualquer quadrante da Terra. É preciso entender que o brotar da crueldade faz parte de um estágio de purificação, visando uma ascensão espiritual planetária. Por isso, ao contemplarmos essa realidade, não devemos imaginá-la como a única e verdadeira. Na verdade, está a serviço da nossa transformação maior em termos coletivos.
Quando experimentamos a energia de Plutão, que acontece no nível mais profundo da alma humana,e dela podemos renascer, como a Fênix de suas próprias cinzas, para alçar um novo e mais pleno vôo, estamos vivendo uma experiência de morte e renascimento.
É o que se chama uma experiência plutônica, tema de um outro post.
Deixe um comentário