Publicado por: astromundoacs | junho 25, 2013

O SIGNO DE CÂNCER: SEUS MITOS E SEUS PROCESSOS

O SIGNO DE CÂNCER: SEUS MITOS E SEUS PROCESSOS 

                                                                           Antonio Carlos Scavone

O mito do Câncer pode ser sintetizado numa só palavra: Mãe. E que palavra complexa! Porque representa não apenas aquela figura que nos deu à luz, nos amamentou e educou, mas representa tam­bém (e principalmente) o nosso arquétipo mais im­portante — isto é, o símbolo de uma experiência ina­ta de vida, comum a todas as pessoas. Mãe quer di­zer coisas diferentes para cada pessoa. Pode sig­nificar o calor, e a segurança da infância ou as emoções sufocantes e possessivas. Pode ser forte e protetora ou austera e difícil. Mas todos nós nasce­mos da Mãe e temos essa imagem arquetípica, regis­trada no mais profundo do nosso ser. Para os caranguejos, a experiência da Mãe, em todas as suas formas, está enraizada na sua vida inteira. Do começo ao fim, eles carregam esta imagem podero­sa, que representa as emoções, o passado, a infância e a segurança que eles tanto buscam e precisam.

Examinando os mitos antigos que se relacionam à figura da Mãe, descobriremos que esse mito é anterior aos mitos dos deuses olímpicos e dos heróis mitológicos. O mito da Deusa-Mãe já existia, nas mais antigas for­mas religiosas e eram vivenciados através de cultos a essa deusa. Pa­ra esses povos, a Mãe, era a Mãe-natureza, a Terra. Representava os frutos da colheita e a terra de onde tiravam seu sustento. Em todos os países do Medi­terrâneo e do Oriente próximo, o culto à Deusa-Mãe era o culto ao poder da terra, grande provedora de vida.

Tam­bém encontramos registros, na história antiga, de ri­tos celebrados à Lua, regente de câncer, que era cultuada e temida por todos os povos da Antiguidade. Temida por suas constantes oscilações, e cultuada para evitar que seu lado maléfico perturbasse a vida dos povos. Assim, o Câncer é um signo de fases, de ciclos. Ele experi­menta, no dia a dia, os altos e baixos da energia vi­tal da criatividade, da alegria e da tristeza, eterna­mente, ao longo de sua vida, porque está mais pró­ximo dos processos naturais da Mãe-Terra, do que qualquer outro signo. Por isso, muitos cancerianos são extremamente vulneráveis às mudanças do cli­ma e das estações, e entram numa espécie de hiber­nação durante o inverno. Ficam mais depressivos, com menos energia, até que “renascem” com a pri­mavera.

Outro significado mais profundo do mito da Grande Mãe e que esta simboliza a força criativa. Muitos cancerianos são altamente criativos e imagi­nativos. No mundo das Artes encontramos muitos exemplos: Proust e Hermann Hesse na Literatura; Klimt e Van Gogh na Pintura e muitos outros. O pro­cesso de criação é muito canceriano: o artista cria alguma coisa a partir de seus sonhos, suas visões, fantasias e emoções. Quando a obra está feita, ter­mina uma fase e por um período ele se sente vazio e se recolhe—este é o inverno—depois começa nova­mente a criar. Nenhum artista consegue realmente explicar de onde vem a sua inspiração, qual a sua fonte, porque esta é imensa e profunda como o ocea­no e o artista vive a meio caminho entre o misterio­so oceano, fonte de sua criação e a terra seca do coti­diano, exatamente como o caranguejo. Idéias e ima­gens vem a sua mente e ele dá forma a elas. Isto feito ele se recolhe e se prepara para começar o pro­cesso — que é a sua vida — outra vez.

Câncer é um signo de grande complexidade e profundidade. Na superfície eles podem desempe­nhar qualquer papel que o grupo social exija, porque seu sentido de autoproteção e camuflagem compele-o a assumir papéis em qualquer situação social. Mas, embaixo do caleidoscópio de oscilações de humor, da carapaça que ele usa para se defender do mundo hostil, há este eterno ciclo de morte e re­nascimento, de inverno e primavera, de outono e ve­rão. Por isso é tão importante que o Câncer seja criativo e encontre sua expressão emocional atra­vés da Arte. Se entendermos o mito no seu sentido mais profundo, o Câncer é tanto a mãe quanto o fi­lho, mas não consegue explicar, racionalmente, o ritmo misterioso que ele segue, que é o ritmo do mar, da lua, das marés. Não podemos esperar que eles sejam consistentes, porque o autêntico caran­guejo e assim mesmo: instável, imprevisível, inca­paz de explicar porque ele age ou sente da maneira que o faz. E, afinal, porque deveria? A natureza não precisa explicar seus ritmos. É a nós que cabe com­preender e aceitar e se não o fizermos, estaremos perdendo algo muito precioso. Algo que é a nossa co­nexão direta com todo o processo cósmico da Cria­ção.

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