Antonio Carlos Scavone – Astromundo

Astrologia e o Diálogo entre Pais e Filhos   

Antonio Carlos Scavone

O grande desafio dos pais, em relação aos filhos, é a descoberta de quais meios são os melhores e mais eficientes, para se comunicarem com eles.  Um bom ponto de partida, nesse sentido, é a relação entre as quatro funções de Jung e os quatro elementos:

Embora esse esquema não abranja todas as sutilezas que a velha simbologia dos elementos carrega, ele será de grande utilidade no diálogo com nossos filhos.  Enfim, precisamos formar vínculos para que o relacionamento flua da melhor forma.

E claro que para os filhos de signos de fogo (Áries, Leão, Sagitário – ou de predominância ígnea) o vínculo intuitivo será o mais eficaz. Não esqueçamos, a intuição é nossa capacidade de “ver dentro”, ela é silenciosa por excelência, mas não é necessariamente lenta.  Com ela, não temos o pensamento trabalhando no sentido clássico do termo, ou seja, pela razão lógica.  A intuição é apreensão imediata de uma dada situação.  Porque o fogo percebe o mundo por imagens.  O vínculo Intuitivo permite que “saibamos” quando os nossos filhos precisam falar conosco a respeito de algo, mesmo que não expressem por meio de palavras.  Nossa capacidade intuitiva será, nesses casos, altamente desafiada.

Para dialogarmos com nossos filhos de signos de terra (Touro, Virgem, Capricórnio – ou de predominância terrena), o vínculo sensitivo funcionará melhor.  A sensação é nossa capacidade de perceber uma dada realidade física, externa.  O papel dos cinco sentidos é essencial nesse caso.  Quando passeamos com nossos filhos, seja na cidade, ou na natureza, ou brincamos ou nos exercitamos, em sua companhia, estamos estabelecendo o vínculo sensitivo.  Esta relação irá desafiar nosso potencial de percepção sensorial, de uma forma direta.  Ora nos veremos perante um brinquedo estragado para que consertemos, ora precisaremos dar uma resposta concreta imediata a um problema que nos parece muito abstrato.  O fato é que nossa habilidade prática e utilitária será forçada aí a se organizar visando um objetivo.  E quanto mais percebermos a linguagem sensorial deles, mais eficiente será a comunicação.

Nosso diálogo com os filhos de signos de ar (Gêmeos, Libra, Aquário – ou de predominância aérea), será regido, predominantemente, pelo vínculo pensante.  O interesse estará mais relacionado com os assuntos da mente.  E apesar do poder de abstração ser menor devido a idade, serão instrumentos poderosos: o bate-papo informal, a conversa mais séria, a argumentação, a dialética paciente, os jogos mentais.  De alguma forma seremos forçados a ampliar nossa compreensão, não só através da consciência dos fatos, da sua comparação e do seu entendimento comum das leis universais. Nossa tolerância ideológica será desafiada, e quanto maior for a diferença geracional com os nossos filhos, maior poder de adaptação precisaremos.

Com os filhos de signo de água (Câncer, Escorpião, Peixes – ou de predominância aquática), o vínculo emocional será o mais eficiente.  E por meio dos sentimentos e emoções que o mundo é percebido.  E a necessidade que sentem de proteção é tão grande que se não estivermos atentos, poderemos classificá-la como irracional.  Esse desejo de segurança pode ser expresso por medos.  Porque a percepção dessas crianças é muito psíquica.  Então precisamos usar nosso potencial de comunicação emocional, nossa capacidade de sentirmos o que estão sentindo, sem substituir a emoção pelo razão, o que, convenhamos, não é tão simples para um adulto.