NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O KARMA
Antônio Carlos Scavone
Essas noções são o mínimo suficiente que a pessoa tem de saber para poder entender e aproveitar o trabalho entitulado “O Mapa como Projeto de Alma”. Portanto elas são válidas, como introdução, para todas as pessoas que fizerem o trabalho. E podem servir para quem quer ter uma visão moderna e sintética de como o karma atua.
Os Três Tipos de Karma:
Sinchit Karma: o conjunto total do karma de uma alma, resultante de todas as encarnações anteriores e inacessível ao conhecimento da pessoa, numa só vida;
Pralabd Karma: a parte do Sinchit que está pronta para ser resgatada na presente vida. O Pralabd é um karma resultante de vidas passadas seguidas ou salteadas que se condensou agora para que seja encontrada uma solução.
Kriyamam Karma: é o karma que geramos na presente vida através de nossas palavras, pensamentos e ações.
Caso a alma não consiga resgatar plenamente o Pralabd, o resquício desse karma, somado ao recém criado Kriyaman volta para a devedora kármica maior: o Sinchit. Na vida seguinte, a alma pode se dedicar a queimar outros karmas do Sinchit.
Importante: O Mapa Astral mostra apenas o Pralabd Karma. Não tem como mostrar o Sinchit. O Kriyaman Karma pode até ser deduzido, em parte, pelo mapa atual, se a alma não cumprir o seu processo. No entanto, é revelado no Mapa Astral da Hora da Morte.
A Importância do Livre Arbítrio e da Consciência:
A alma dispõe de Livre Arbítrio para agir no sentido de queimar o karma. É verdade que em alguns momentos da História Humana, como os atuais, que se traduzem por fins de grandes ciclos, esse Livre Arbítrio torna-se menor porque há uma avalanche energética forçando posicionamentos coletivos das almas.
O grau da Consciência é muito importante nesse contexto. Quanto maior o grau de consciência, maior a eficiência do livre arbítrio; quanto menor, mais dificuldade para exercitá-lo.
O aceleramento da Consciência modifica a força de inércia dos três tipos de karma, dissolve sua densidade e abre os caminhos da alma. Assim, todo o progresso no Pralabd, alivia o Kriyaman e abate o Sinchit. O progresso espiritual se intensifica.
O Tempo Cronológico e O Tempo Psíquico:
O Tempo Cronológico é o tempo do relógio, tem a ver com a matéria, a física e o Ego.
O Tempo Psíquico é o tempo da alma, nada tem a ver com a matéria e não pode ser medido.
Assim, a alma pode levar 20.000 anos para perpetrar um karma (tempo cronológico) e pode resgatá-lo em 2.000 anos; 200 anos; 20 anos; 2 anos; 2 meses; 2 dias; 2 horas; 2 minutos ou até mesmo 2 segundos; porque ela trabalha com o tempo psíquico.
Importante: O aumento da consciência acelera o tempo psíquico e a capacidade da alma de queimar mais rapidamente o karma. Por exemplo, se antes ela levava 30 vidas para queimar um determinado padrão kármico, ela pode cada vez levar menos vidas, à medida que abra a consciência. E depois passar a levar apenas anos. E se muito evoluída, apenas horas, ou minutos ou segundos.
O Ego Atual e O Velho Ego:
Existe uma luta constante entre o Ego Atual, o que queremos e precisamos ser nessa vida e o Velho Ego, a soma dos egos do que fomos nas vidas anteriores, ligadas com a presente vida (o Pralabd). É uma luta de poder muito intensa. O Velho Ego quer continuar mandando e quer absorver o Ego Atual. Quanto mais inconsciente uma pessoa for, mais ela será comandada pelo Velho Ego. E quanto mais consciente mais poderá deixar o Ego Atual ter as rédeas, integrando o outro de uma forma harmônica, aos poucos.
A Materialização do Karma: As Egrégoras
As Egrégoras são condensações energéticas geradas por uma alma, quando encarnada. Na medida em que a alma se prende as energias que geraram o seu atual karma, ela acaba transplantando, para essa vida, situações semelhantes e almas afins, àquelas vidas passadas. Isso é o que torna o karma pesado e o transforma numa verdadeira cruz.
Mas, à medida em que ela deixa a consciência atuar e vai diluindo as condensações energéticas anteriores ou melhorando o seu nível de qualidade, ela vai transformando as egrégoras e plasmando outras mais luminosas. Essas por sua vez vão magnetizar novas situações, novas almas ou até mesmo trazer de volta almas mais evoluídas, que nas vidas anteriores tinham se afastado dela.
A Materialização do Karma: Os Cinco Níveis
Nosso karma se materializa no espaço, dentro do planeta e da sociedade, e também no tempo, dentro do tempo cronológico das gerações e das sociedades, basicamente em cinco níveis. A alma é magnetizada para esse espaço e tempo, em função da sua necessidade de evolução espiritual. Essas ligações podem se dar de forma direta ou indireta:
Karma Planetário: a alma escolhe um planeta que tenha um nível de evolução semelhante ao seu e que possa oferecer condições para o seu resgate kármico. Ela pode ter dívidas kármicas ou não com esse planeta;
Karma Geracional: a alma escolhe uma geração (sociologicamente 30 anos em média) que tenha um karma social semelhante ao seu e que vai encarnar num momento histórico favorável para que aquela geração possa evoluir;
Karma Nacional e Continental: a alma escolhe um país e uma cidade com os quais ela tenha alguma dívida kármica, ligada ao seu Pralabd karma e que possa oferecer condições culturais e uma base de formação, para o seu resgate kármico. O continente no qual esse país se encontra tem também um papel importante;
Karma Familiar: a alma escolhe uma família em cujo caudal exista alguma alma ou almas (encarnadas ou desencarnadas) que tenham forte conexão psíquica com ela e que desenvolveram alguma semente que ela está agora levando adiante e cujo caudal favoreça a sua evolução espiritual;
Karma Individual: a alma traz o seu karma específico que se ajusta com perfeição aos karmas citados acima. A descida da alma é perfeita, em termos de sincronicidade. E tudo o que acontecer nos outros níveis, planeta, país, cidade, geração, país, família, seja de facilidade ou de dificuldade, irá fazer parte dos instrumentos ou desafios de evolução espiritual da mesma. Assim, não há possibilidade da alma encarnar no “planeta errado”, “país errado” ou “família errada”…
Somente um Bodhisatwa (um ser que já alcançou a iluminação) pode encarnar sem ser por karma, ele o faz por amor ao planeta, para intensificar a luz e a evolução espiritual do mesmo. Como se vê, pelo exposto a grande chave para a solução do karma é a consciência.
Qualquer Karma tem um lado positivo e negativo:
Apesar de essa divisão ser tipicamente ocidental, pois é maniqueísta, torna-se necessário, por uma questão didática, fazer uma diferença entre os dois lados. Ao contrário do que as pessoas imaginam, existe também um karma positivo, no sentido de uma colheita kármica positiva. As pessoas, de uma forma geral, e mesmo entre as esotéricas e/ou espíritas, possuem uma visão do karma, como um peso, ou algo muito negativo. Tanto é verdade que a palavra, no jargão comum tem essa conotação. E é muito recente a mudança de pensamento a respeito disso, pelo menos no Ocidente. Talvez por isso a palavra não tenha sido ouvida de outra forma ainda. Edgar Cayce muito contribuiu para essa nova perspectiva. E sempre defendeu uma postura positiva perante o karma, além de ter publicado leituras, onde esse tipo de karma foi destacado. Assim, faz-se necessário ressaltar que receberemos as benesses oriundas das colheitas kármicas positivas, como oportunidades que vão nos abrir os caminhos e facilitarão a nossa vida. E todo e qualquer bem que fizermos numa vida será creditado a nosso favor e voltará na forma de facilidade na mesma vida ou nas seguintes. Porém precisamos estar abertos, para receber essas benesses. A inconsciência e a culpa bloqueiam esse recebimento. Quanto à culpa, precisamos exercitar o perdão de nós mesmos, para limpá-la, em definitivo.
O Dharma:
O Dharma não é algo externo a nós, como uma lei, uma religião ou a justiça. Dharma é a natureza interior que modela a vida exterior, por meio de pensamentos, palavras e atos. Essa natureza interior nasce num meio favorável ao seu crescimento posterior. Tem muito a ver com o estágio alcançado pela nossa alma, diferente em cada indivíduo.
Dharma é a natureza interior de algo, num determinado instante da evolução, e ao mesmo tempo é também a lei que irá comandar o seu estágio seguinte de desenvolvimento.
Ou seja, a própria natureza determina o ponto de evolução por ela atingido e condiciona e subordina os progressos ulteriores. Só o Dharma pode nos conduzir à perfeição. Porque o Dharma de uma pessoa é o estágio da evolução alcançado pela sua natureza, ao desenvolver aquela semente de vida divina, que é ela própria, mais a lei da vida segundo a qual o estágio seguinte deverá ser vencido. Assim, precisamos conhecer nosso estágio atual de evolução, mais o estágio seguinte a ser alcançado, para agirmos de acordo com o nosso Dharma e apressarmos a nossa evolução. Por isso, não podemos pensar o Karma, sem pensar também no Dharma, pois somente através dele o indivíduo torna-se externamente o que ele é internamente.
SOMENTE UMA DÚVIDA QUE PAIRA SOBRE MINHA MENTE: ATÉ QUE PONTO TUDO ISTO É VERDADEIRO E COMO NÓS LEIGOS COMPROVARÍAMOS ESTA TEORIA DO KARMA? E QUANDO TUDO SAI ERRADO EM SUA VIDA, MAS TUDO MESMO, ISTO SE CHAMA KARMA?
By: DENIS SPOMBERG on novembro 14, 2013
at 5:04 pm
Denis, perguntar dessa forma seria como perguntar se é possível comprovar a existência da alma, por exemplo. Ou perguntar sobre a concretude da psiquê. Na Cultura Humana, principalmente Oriental, o Karma é aceito com naturalidade, embora cada uma delas, tenha uma interpretação diferente de como funciona. Na verdade, o karma é uma colheita e como tal ele pode ser negativo ou positivo. E funciona como uma força magnética. Atraímos o que tem a ver conosco: planeta, país, família, casamentos, filhos, empregos, e por aí vai. O que está na nossa onda vibratória. Até a hora em que nascemos, o ciclo da lua. A “descida” é perfeita. Podemos chamar o karma de inconsciente pessoal ou coletivo, ou como gosto de usar o termo DNA psíquico, presente numa raça, num povo, numa família e aquilo influencia fortemente nossa vida, para o bem ou para o mal. Por isso a importância da consciência. O karma é uma bagagem, um recurso, a consciência é que nos faz usá-lo de uma forma libertadora e criativa e a inconsciência, de uma forma aprisionadora, repetitiva. E esse é o karma pesado…
By: astromundoacs on novembro 15, 2013
at 3:24 am